As aventuras de um casal recém casado e da sua cocker terrorista!
sábado, setembro 01, 2007
O Que é a ansiedade por separação?
Ansiedade de separação é o conjunto de comportamentos exibidos por cães quando são deixados sós, sendo um dos problemas comportamentais mais comuns em cães. Os proprietários freqüentemente referem-se a estes animais como "rancorosos", "chateados", "raivosos", que agem com "despeito", "má vontade", mas este tipo de explicação não tem nenhuma base etológica. Como conseqüência, acabam punindo seus animais de modo incorreto e contribuindo para a manutenção ou aumento da freqüência do comportamento. O mais correto seria descrever este tipo de comportamento perturbado como resultado de uma resposta ao estresse pela separação da pessoa ou pessoas com quem o animal está ligado ou apegado.
Poderão ser observados: defecação e micção em localizações impróprias, comportamentos destrutivos ( escavar, arranhar, morder objetos pessoais, móveis, paredes, portas e janelas), vocalizações excessivas (latidos, uivos e choramingos), depressão, anorexia e adipsia e hiperatividade. Porém é preciso deixar claro que, somente o levantamento do histórico comportamental e do contexto em que estes comportamentos ocorrem podem determinar um diagnóstico de ansiedade de separação.
A principal característica da ansiedade de separação é que os comportamentos indesejados estão claramente relacionados à ausência de um ou de todos os membros da família. Ocorre quando o animal não pode ter acesso ao proprietário. Mesmo que o animal esteja na companhia de outras pessoas ou animais, o comportamento pode vir a se manifestar por estar associado a ausência de uma pessoa em especial com quem o animal tem uma "ligação muito forte". Deve-se procurar fazer diagnóstico diferencial com outros distúrbios comportamentais e patológicos. Para isso é preciso obter-se a história comportamental detalhada do proprietário.
Cães com ansiedade de separação são muitas vezes obedientes e bem treinados quando estão na companhia do proprietário. A ansiedade de separação é então considerada como o resultado de um estresse pela ausência do proprietário.
Eventos traumáticos na vida de um cão jovem podem aumentar a probabilidade do desenvolvimento de ansiedade de separação. Estes eventos incluem: separação precoce da mãe, privação prematura de laços com a ninhada (filhote de cães mantidos em lojas ou abrigos para animais), uma mudança súbita de ambiente (casa nova, ficar em um canil), uma mudança no estilo de vida do proprietário, resultando em um súbito término no contato constante com o animal, uma ausência de longo prazo ou permanente de um membro da família (divórcio, morte, crianças que crescem e deixam a casa, volta para a escola ou trabalho, férias que terminam) ou a adição de um novo membro na família (bebê recém-nascido, novo relacionamento social ou novo animal de estimação). O problema também pode ser o resultado de uma estadia prolongada ou traumática na casa de um parente ou amigo, em um canil ou hotel. A ansiedade de separação pode estar ainda associada a um evento traumático que possa ter ocorrido durante a ausência do proprietário (explosões, tempestade, assaltos violentos).
Não há predisposição sexual ou por raça. Cães de rua recolhidos em canis de adoção têm predisposição a ansiedade de separação.
Os cães com predisposição a ansiedade de separação são ansiosos, agitados e super ativos. Seguem o proprietário por todo lado, pulam em cima dele e correm sem parar.
Muitos cães podem sentir quando seu proprietário está para sair de casa e ficam ansiosos até mesmo antes de sua saída. Enquanto o proprietário se prepara para sair, o cão apresenta sinais de:
- aumento de atividade, choramingar, ganir, solicitar atenção, pular e seguir o proprietário onde quer que ele vá, tremer ou até mesmo fica agressivo quando o proprietário tenta partir; neste caso a agressão por dominância deve ser pesquisada;
- depressão, fica parado, deitado sem se mexer quando o proprietário chama ou tenta tirá-lo do lugar.
Depois de um tempo variável da saída do proprietário, os cães:
- arranham, cavam e mastigam as portas e janelas na tentativa de seguir seu proprietário;
- mastigam, arranham e cavam objetos domésticos ou pessoais (livros, móveis, fios, paredes, roupas);
- urinam e defecam em localizações inaceitáveis, como na porta ou na cama do proprietário e vocalizam (choramingam, latem e uivam sem parar);
- ficam deprimidos e não comem ou bebem enquanto o proprietário não volta. Isto é especialmente prejudicial se o proprietário ficar fora por um longo período;
- sialorréia, tremor, dispnéia, taquicardia, diarréia, vômito ou auto-mutilação (morder e lamber patas e outras partes de seu próprio corpo).
A maioria dos cães afetados fica super excitado quando o proprietário retorna, saudando seu proprietário mais efusivamente do que o normal. Quando o proprietário retorna, o cão geralmente torna-se extremamente ativo e exagera suas saudações à chegada do proprietário.
Tratamento
Antes de se iniciar qualquer protocolo de tratamento comportamental é preciso orientar o proprietário em como ocorre o aprendizado canino. O conhecimento que temos do processo cognitivo animal é o resultado da análise experimental do comportamento e estabelece relações funcionais entre as variáveis comportamentais e as variáveis ambientais e endógenas. Assim, quando se observa o comportamento de um animal, é preciso entender que ele foi o resultado da interação destas variáveis. Se um determinado animal apresenta ansiedade de separação, o que está implícito é o resultado da relação da ausência do proprietário, o comportamento resultante e os estímulos conseqüentes (condicionamento). O comportamento foi portanto reforçado. Então é preciso identificar quais são os estímulos reforçadores. No caso da ansiedade de separação identificaremos estímulos antecedentes (sinais da saída do proprietário), respostas (após um tempo determinado da saída, o cão apresenta comportamentos inadequados tais como: destruição, eliminação inadequada, vocalização etc.) e no retorno do proprietário haverá estímulos conseqüentes (dar comida, fazer carinho), responsáveis pela probabilidade futura da emissão dessas respostas. É importante ressaltar que, seja qual for o comportamento do proprietário, se o comportamento indesejado se mantiver ou aumentar em freqüência, este estímulo será chamado de reforço positivo. O proprietário deve ser alertado de que, uma vez iniciado o protocolo de modificação comportamental, ele deve se programar e se determinar a segui-lo passo a passo, evitando qualquer falha de procedimento. Parte do tratamento inclui a extinção do comportamento indesejado, isto é não deve haver mais a apresentação de reforço positivo após a emissão do comportamento anteriormente condicionado. Se o proprietário falhar poderá haver o retorno do comportamento e desta vez ainda mais difícil de ser extinto ou modificado. Por outro lado, pode haver estímulos conseqüentes ao próprio comportamento, então diremos que são estímulos auto-reforçadores. Pensando nisto deveremos assegurar que o animal tenha acesso somente a seus próprios objetos, brinquedos, e ossos. Ele não deverá ter mais acesso a objetos pessoais ou móveis. Se preciso, pode-se colocar uma chapa plástica nas paredes para evitar que ele as cavouque.
O princípio subjacente a toda técnica de tratamento para fobias, medos e ansiedades consiste em permitir que um animal experimente situações que elicitem medo e ansiedade sem que fique ansioso ou com medo. Para isso é preciso identificar quais são estes estímulos.
Os métodos para tratar ansiedade de separação incluem: modificação da relação entre proprietário e seu animal de estimação, exercício físico, treino para obediência, modificação dos estímulos antecedentes e conseqüentes, prevenção e medicamentos ansiolíticos.
O sucesso do manejo da ansiedade de separação inclui ensinar o cão a tolerar a ausência do proprietário e corrigir os problemas associados a destruir, vocalizar, e eliminar em locais inadequados.
O cão deverá adaptar-se gradualmente a ficar só através de exposição a pequenas partidas. Se a resposta ansiosa acontecer logo após a partida do proprietário (dentro de 30 minutos), o cão deverá permanecer sozinho, no princípio, durante intervalos muito pequenos (5 minutos) para assegurar o sucesso do tratamento. O período de ausência é então gradualmente aumentado. O proprietário deve evitar a interação enquanto o animal apresenta comportamentos ansiosos. Deve assegurar que o cão não se ocupe com saudações prolongadas no retorno do proprietário, gratificando ou premiando o animal somente quando este estiver tranqüilo e calmo.
O tratamento pode ser iniciado com a dessensibilização às pistas ou sinais que indiquem ao cão a saída do proprietário. O animal deverá permanecer calmo enquanto o proprietário se movimenta. As pistas que antes informavam ao cão a futura saída (estímulos discriminativos antecedentes) serão expostas ao cão, mas não devem ser concluídas com a saída real do proprietário. Pode-se também fazer o contra condicionamento, para isso treina-se o cão a manter-se sentado e calmo enquanto o proprietário se movimenta, se afasta cada vez mais até chegar perto da porta. Posteriormente este treino é feito com ausências que serão gradualmente aumentadas. O proprietário se ausenta por tempos progressivamente maiores, mas não lineares (2, 5, 3, 6, 4, 8 minutos), e retorna antes que o cão manifeste comportamentos ansiosos.
As partidas e retornos deverão evitar super estimular o cão. O cão não deverá receber gratificação ou atenção nas partidas e chegadas. Atenção excessiva anterior à partida e no retorno parece aumentar a ansiedade de separação. Pode-se condicionar o animal a associar a saída do proprietário com um retorno breve e seguro. A TV ou rádio podem permanecer ligados ou um brinquedo apropriado pode ser fornecido ao cão. Porém, é muito importante que a pista não seja um artigo associado a ansiedade. Estas sugestões ajudam o cão a associar positivamente o período de isolamento. Uma vez iniciado o tratamento, o cão não poderá ficar sozinho mais do que o tempo estipulado. É fundamental identificar se há componente de pânico associado; em caso positivo, deve-se tratar a condição, pois o pânico está associado a estímulos específicos e a ausência do proprietário é apenas a chave de onde parte o problema.
Medicamentos ansiolíticos auxiliam a suprimir a ansiedade de separação. São freqüentemente usados em cães com ansiedade de separação severa ou quando os proprietários têm que deixar o cão só por um período longo enquanto o tratamento está em andamento. Na maioria dos casos, fármacos não são uma solução e devem ser usados em combinação com um programa de modificação comportamental. A escolha do medicamento deve levar em conta o fato destes diminuírem a capacidade de aprendizagem e que seu efeito varia de acordo com o indivíduo. O ideal é que ansiolíticos sejam dados ao animal enquanto o proprietário está em casa, para se determinar a duração e os possíveis efeitos colaterais. Caso não sejam constatados efeitos colaterais, a droga deve ser dada uma hora antes da saída do proprietário. A diminuição da dose deve ser gradual e conforme avaliação do sucesso do programa de modificação comportamental. Os principais medicamentos utilizados são os antidepressivos tricíclicos, progestágenos, barbitúricos, fenotiazinas e benzodiazepínicos. O objetivo é reduzir a ansiedade sem induzir sedação, o que poderia interferir com a aprendizagem. Além disso é preciso considerar o estado clínico do animal antes de se ministrar o medicamento e os efeitos colaterais.
Em casos severos o proprietário pode ter também que executar um programa de dessensibilização da dependência do cão a uma pessoa, evitando contatos prolongados, impedindo que o animal durma no mesmo quarto ou na mesma cama que o proprietário. Ignorar o cão por um período de tempo não quebrará o laço afetivo com o proprietário, mas diminuirá a dependência extrema do cão, permitindo que ele tolere sua ausência sem ansiedade. Ignorar um animal de estimação pode ser difícil para o proprietário, mas é importante que ele entenda que isto resultará em uma relação muito mais saudável e feliz para ambos.
Castigos ou punições físicas só pioram a ansiedade, por isso não são recomendados como tratamento. A punição é um procedimento que visa suprimir rapidamente a freqüência de um comportamento por meio de um controle aversivo. Raramente o procedimento é aplicado com planejamento e conhecimento. As pessoas confundem punição com "castigo", sendo que o castigo aplicado muitas vezes só serve para aliviar a ira do proprietário contra um cão que fez algo inadequado. Como conseqüência há o desenvolvimento de comportamentos respondentes (medo/agressividade) diante do punidor. O uso da punição como estímulo aversivo deve ser feito com planejamento, de modo que a punição seja aplicada imediatamente após a ocorrência do comportamento a ser suprimido, o que é difícil pois, no caso de ansiedade de separação, tais comportamentos só ocorrem na ausência do proprietário.
Poderão ser observados: defecação e micção em localizações impróprias, comportamentos destrutivos ( escavar, arranhar, morder objetos pessoais, móveis, paredes, portas e janelas), vocalizações excessivas (latidos, uivos e choramingos), depressão, anorexia e adipsia e hiperatividade. Porém é preciso deixar claro que, somente o levantamento do histórico comportamental e do contexto em que estes comportamentos ocorrem podem determinar um diagnóstico de ansiedade de separação.
A principal característica da ansiedade de separação é que os comportamentos indesejados estão claramente relacionados à ausência de um ou de todos os membros da família. Ocorre quando o animal não pode ter acesso ao proprietário. Mesmo que o animal esteja na companhia de outras pessoas ou animais, o comportamento pode vir a se manifestar por estar associado a ausência de uma pessoa em especial com quem o animal tem uma "ligação muito forte". Deve-se procurar fazer diagnóstico diferencial com outros distúrbios comportamentais e patológicos. Para isso é preciso obter-se a história comportamental detalhada do proprietário.
Cães com ansiedade de separação são muitas vezes obedientes e bem treinados quando estão na companhia do proprietário. A ansiedade de separação é então considerada como o resultado de um estresse pela ausência do proprietário.
Eventos traumáticos na vida de um cão jovem podem aumentar a probabilidade do desenvolvimento de ansiedade de separação. Estes eventos incluem: separação precoce da mãe, privação prematura de laços com a ninhada (filhote de cães mantidos em lojas ou abrigos para animais), uma mudança súbita de ambiente (casa nova, ficar em um canil), uma mudança no estilo de vida do proprietário, resultando em um súbito término no contato constante com o animal, uma ausência de longo prazo ou permanente de um membro da família (divórcio, morte, crianças que crescem e deixam a casa, volta para a escola ou trabalho, férias que terminam) ou a adição de um novo membro na família (bebê recém-nascido, novo relacionamento social ou novo animal de estimação). O problema também pode ser o resultado de uma estadia prolongada ou traumática na casa de um parente ou amigo, em um canil ou hotel. A ansiedade de separação pode estar ainda associada a um evento traumático que possa ter ocorrido durante a ausência do proprietário (explosões, tempestade, assaltos violentos).
Não há predisposição sexual ou por raça. Cães de rua recolhidos em canis de adoção têm predisposição a ansiedade de separação.
Os cães com predisposição a ansiedade de separação são ansiosos, agitados e super ativos. Seguem o proprietário por todo lado, pulam em cima dele e correm sem parar.
Muitos cães podem sentir quando seu proprietário está para sair de casa e ficam ansiosos até mesmo antes de sua saída. Enquanto o proprietário se prepara para sair, o cão apresenta sinais de:
- aumento de atividade, choramingar, ganir, solicitar atenção, pular e seguir o proprietário onde quer que ele vá, tremer ou até mesmo fica agressivo quando o proprietário tenta partir; neste caso a agressão por dominância deve ser pesquisada;
- depressão, fica parado, deitado sem se mexer quando o proprietário chama ou tenta tirá-lo do lugar.
Depois de um tempo variável da saída do proprietário, os cães:
- arranham, cavam e mastigam as portas e janelas na tentativa de seguir seu proprietário;
- mastigam, arranham e cavam objetos domésticos ou pessoais (livros, móveis, fios, paredes, roupas);
- urinam e defecam em localizações inaceitáveis, como na porta ou na cama do proprietário e vocalizam (choramingam, latem e uivam sem parar);
- ficam deprimidos e não comem ou bebem enquanto o proprietário não volta. Isto é especialmente prejudicial se o proprietário ficar fora por um longo período;
- sialorréia, tremor, dispnéia, taquicardia, diarréia, vômito ou auto-mutilação (morder e lamber patas e outras partes de seu próprio corpo).
A maioria dos cães afetados fica super excitado quando o proprietário retorna, saudando seu proprietário mais efusivamente do que o normal. Quando o proprietário retorna, o cão geralmente torna-se extremamente ativo e exagera suas saudações à chegada do proprietário.
Tratamento
Antes de se iniciar qualquer protocolo de tratamento comportamental é preciso orientar o proprietário em como ocorre o aprendizado canino. O conhecimento que temos do processo cognitivo animal é o resultado da análise experimental do comportamento e estabelece relações funcionais entre as variáveis comportamentais e as variáveis ambientais e endógenas. Assim, quando se observa o comportamento de um animal, é preciso entender que ele foi o resultado da interação destas variáveis. Se um determinado animal apresenta ansiedade de separação, o que está implícito é o resultado da relação da ausência do proprietário, o comportamento resultante e os estímulos conseqüentes (condicionamento). O comportamento foi portanto reforçado. Então é preciso identificar quais são os estímulos reforçadores. No caso da ansiedade de separação identificaremos estímulos antecedentes (sinais da saída do proprietário), respostas (após um tempo determinado da saída, o cão apresenta comportamentos inadequados tais como: destruição, eliminação inadequada, vocalização etc.) e no retorno do proprietário haverá estímulos conseqüentes (dar comida, fazer carinho), responsáveis pela probabilidade futura da emissão dessas respostas. É importante ressaltar que, seja qual for o comportamento do proprietário, se o comportamento indesejado se mantiver ou aumentar em freqüência, este estímulo será chamado de reforço positivo. O proprietário deve ser alertado de que, uma vez iniciado o protocolo de modificação comportamental, ele deve se programar e se determinar a segui-lo passo a passo, evitando qualquer falha de procedimento. Parte do tratamento inclui a extinção do comportamento indesejado, isto é não deve haver mais a apresentação de reforço positivo após a emissão do comportamento anteriormente condicionado. Se o proprietário falhar poderá haver o retorno do comportamento e desta vez ainda mais difícil de ser extinto ou modificado. Por outro lado, pode haver estímulos conseqüentes ao próprio comportamento, então diremos que são estímulos auto-reforçadores. Pensando nisto deveremos assegurar que o animal tenha acesso somente a seus próprios objetos, brinquedos, e ossos. Ele não deverá ter mais acesso a objetos pessoais ou móveis. Se preciso, pode-se colocar uma chapa plástica nas paredes para evitar que ele as cavouque.
O princípio subjacente a toda técnica de tratamento para fobias, medos e ansiedades consiste em permitir que um animal experimente situações que elicitem medo e ansiedade sem que fique ansioso ou com medo. Para isso é preciso identificar quais são estes estímulos.
Os métodos para tratar ansiedade de separação incluem: modificação da relação entre proprietário e seu animal de estimação, exercício físico, treino para obediência, modificação dos estímulos antecedentes e conseqüentes, prevenção e medicamentos ansiolíticos.
O sucesso do manejo da ansiedade de separação inclui ensinar o cão a tolerar a ausência do proprietário e corrigir os problemas associados a destruir, vocalizar, e eliminar em locais inadequados.
O cão deverá adaptar-se gradualmente a ficar só através de exposição a pequenas partidas. Se a resposta ansiosa acontecer logo após a partida do proprietário (dentro de 30 minutos), o cão deverá permanecer sozinho, no princípio, durante intervalos muito pequenos (5 minutos) para assegurar o sucesso do tratamento. O período de ausência é então gradualmente aumentado. O proprietário deve evitar a interação enquanto o animal apresenta comportamentos ansiosos. Deve assegurar que o cão não se ocupe com saudações prolongadas no retorno do proprietário, gratificando ou premiando o animal somente quando este estiver tranqüilo e calmo.
O tratamento pode ser iniciado com a dessensibilização às pistas ou sinais que indiquem ao cão a saída do proprietário. O animal deverá permanecer calmo enquanto o proprietário se movimenta. As pistas que antes informavam ao cão a futura saída (estímulos discriminativos antecedentes) serão expostas ao cão, mas não devem ser concluídas com a saída real do proprietário. Pode-se também fazer o contra condicionamento, para isso treina-se o cão a manter-se sentado e calmo enquanto o proprietário se movimenta, se afasta cada vez mais até chegar perto da porta. Posteriormente este treino é feito com ausências que serão gradualmente aumentadas. O proprietário se ausenta por tempos progressivamente maiores, mas não lineares (2, 5, 3, 6, 4, 8 minutos), e retorna antes que o cão manifeste comportamentos ansiosos.
As partidas e retornos deverão evitar super estimular o cão. O cão não deverá receber gratificação ou atenção nas partidas e chegadas. Atenção excessiva anterior à partida e no retorno parece aumentar a ansiedade de separação. Pode-se condicionar o animal a associar a saída do proprietário com um retorno breve e seguro. A TV ou rádio podem permanecer ligados ou um brinquedo apropriado pode ser fornecido ao cão. Porém, é muito importante que a pista não seja um artigo associado a ansiedade. Estas sugestões ajudam o cão a associar positivamente o período de isolamento. Uma vez iniciado o tratamento, o cão não poderá ficar sozinho mais do que o tempo estipulado. É fundamental identificar se há componente de pânico associado; em caso positivo, deve-se tratar a condição, pois o pânico está associado a estímulos específicos e a ausência do proprietário é apenas a chave de onde parte o problema.
Medicamentos ansiolíticos auxiliam a suprimir a ansiedade de separação. São freqüentemente usados em cães com ansiedade de separação severa ou quando os proprietários têm que deixar o cão só por um período longo enquanto o tratamento está em andamento. Na maioria dos casos, fármacos não são uma solução e devem ser usados em combinação com um programa de modificação comportamental. A escolha do medicamento deve levar em conta o fato destes diminuírem a capacidade de aprendizagem e que seu efeito varia de acordo com o indivíduo. O ideal é que ansiolíticos sejam dados ao animal enquanto o proprietário está em casa, para se determinar a duração e os possíveis efeitos colaterais. Caso não sejam constatados efeitos colaterais, a droga deve ser dada uma hora antes da saída do proprietário. A diminuição da dose deve ser gradual e conforme avaliação do sucesso do programa de modificação comportamental. Os principais medicamentos utilizados são os antidepressivos tricíclicos, progestágenos, barbitúricos, fenotiazinas e benzodiazepínicos. O objetivo é reduzir a ansiedade sem induzir sedação, o que poderia interferir com a aprendizagem. Além disso é preciso considerar o estado clínico do animal antes de se ministrar o medicamento e os efeitos colaterais.
Em casos severos o proprietário pode ter também que executar um programa de dessensibilização da dependência do cão a uma pessoa, evitando contatos prolongados, impedindo que o animal durma no mesmo quarto ou na mesma cama que o proprietário. Ignorar o cão por um período de tempo não quebrará o laço afetivo com o proprietário, mas diminuirá a dependência extrema do cão, permitindo que ele tolere sua ausência sem ansiedade. Ignorar um animal de estimação pode ser difícil para o proprietário, mas é importante que ele entenda que isto resultará em uma relação muito mais saudável e feliz para ambos.
Castigos ou punições físicas só pioram a ansiedade, por isso não são recomendados como tratamento. A punição é um procedimento que visa suprimir rapidamente a freqüência de um comportamento por meio de um controle aversivo. Raramente o procedimento é aplicado com planejamento e conhecimento. As pessoas confundem punição com "castigo", sendo que o castigo aplicado muitas vezes só serve para aliviar a ira do proprietário contra um cão que fez algo inadequado. Como conseqüência há o desenvolvimento de comportamentos respondentes (medo/agressividade) diante do punidor. O uso da punição como estímulo aversivo deve ser feito com planejamento, de modo que a punição seja aplicada imediatamente após a ocorrência do comportamento a ser suprimido, o que é difícil pois, no caso de ansiedade de separação, tais comportamentos só ocorrem na ausência do proprietário.
:: posted by Fis, 6:26 da tarde